O Papa Francisco celebrou a missa na basílica de São Pedro, na Solenidade da Epifania do Senhor, também conhecida como festa dos Reis Magos. No Brasil, esta festa é sempre transferida para o domingo mais próximo e, por isso, está sendo celebrada neste final de semana.
Francisco refletiu como Jesus, como uma estrela que se levanta (cf. Nm 24, 17), vem iluminar todos os povos e clarear as noites da humanidade.
Referiu como a aventura fascinante dos sábios do Oriente ensina-nos que a fé é dom de Deus, cuja graça ajuda-nos a despertar da apatia e a dar espaço às perguntas importantes da vida, as quais nos abrem à busca de Deus:
Para mim, onde está a felicidade? Onde está a vida plena a que aspiro? Onde está aquele amor que não passa, não conhece ocaso, não se rompe nem mesmo diante de fragilidades, fracassos e traições? Quais são as oportunidades escondidas dentro das minhas crises e tribulações?
O Papa alertou, então, para o risco de sermos invadidos por «tranquilizantes da alma», paliativos para insensibilizar a nossa inquietude e apagar aquelas perguntas. Desde os produtos do consumismo até às seduções do prazer, desde os debates elevados a espetáculo até à idolatria do bem-estar … tudo parece dizer-nos: não penses demais, goza a vida! Se os Magos tivessem feito assim, nunca teriam encontrado o Senhor!
Eles também tiveram coragem para enfrentar o risco do caminho, seguiu Francisco em sua homilia. E citou Bento XVI:
o peregrinar dos Magos, «o seu peregrinar exterior era expressão deste estar interiormente a caminho, da peregrinação interior do seu coração» (Homilia na Missa da Epifania, 06/I/2013).
O mesmo vale para a nossa fé: sem um contínuo caminhar e um diálogo constante com o Senhor, sem escuta da Palavra, e a perseverança, a fé não pode crescer. Não basta ter algumas ideias sobre Deus. É preciso fazer-se discípulo, seguindo Jesus e o seu Evangelho, falar de tudo com Ele na oração, procurá-Lo nas situações do dia a dia e no rosto dos irmãos, continuou o Pontífice.
Reportando-se às palavras do Evangelho: «viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-No» (Mt 2, 11), observou Francisco que, ao final de um longo percurso e uma busca fadigosa, os Magos entraram na casa e adoraram.
Todas as nossas práticas devem provir da adoração ao Senhor, que Lhe permite suscitar em nós o sentir e o agir. Na adoração, aprendemos a estar diante de Deus, apenas para nos deter em silêncio, abandonarmo-nos ao Seu amor, deixando-nos conquistar e regenerar pela Sua misericórdia.
Hoje o Senhor nos convida a fazer como os Magos: prostrarmo-nos, rendermo-nos a Deus na maravilha da adoração. Não do nosso eu, ou dos falsos ídolos, mas a Deus. Para não nos prostrarmos diante das coisas que passam e das lógicas sedutoras, mas vazias, do mal, arrematou Francisco.
Fonte: ACI Digital
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