Dia Mundial dos Pobres
No dia 20 de novembro de 2016, na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres. Pretendeu estimular os fiéis a reagirem à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. E estendeu o convite a todas as pessoas, independentemente de pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres por todos os meios, como sinal concreto de fraternidade.
Neste ano, o VI Dia Mundial dos Pobres cairá em 13 de novembro.
O Papa Francisco escolheu o texto de 2 Cor 8,9 para motivar a reflexão: “Jesus Cristo fez-se pobre por vós”.
Lembrou como, visitando Jerusalém, Paulo encontrara Pedro, Tiago e João, que lhe tinham pedido para não esquecer os pobres. A comunidade de Jerusalém debatia-se com sérias dificuldades devido à carestia que assolara o país. O Apóstolo preocupou-se imediatamente em organizar uma grande coleta em favor daqueles pobres. Os cristãos de Corinto mostraram-se muito sensíveis e disponíveis. Por indicação de Paulo, em cada primeiro dia da semana, recolhiam quanto haviam conseguido poupar, e todos foram muito generosos.
Como se o tempo tivesse parado naquele momento, recorda Francisco, também nós, cada domingo, durante a celebração da Santa Missa, fazemos o mesmo gesto, colocando em comum as nossas ofertas para que a comunidade possa prover às necessidades dos mais pobres. É um sinal que os cristãos sempre realizaram com alegria e sentido de responsabilidade, para que a nenhum irmão e irmã faltasse o necessário.
Nessa linha, a Igreja do Brasil escolheu o tema: “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16).
É de destacar-se a denúncia do Papa:
“Na realidade, os pobres, antes de ser objeto da nossa esmola, são sujeitos que ajudam a libertar-nos das armadilhas da inquietação e da superficialidade [...] A pobreza que mata é a miséria, filha da injustiça, da exploração, da violência e da iníqua distribuição dos recursos.”
Com efeito, a solidariedade é precisamente partilhar o pouco que temos com quantos nada têm, para que ninguém sofra.
E o Papa continua:
Como membros da sociedade civil, mantenhamos vivo o apelo aos valores da liberdade, responsabilidade, fraternidade e solidariedade; e, como cristãos, encontremos sempre na caridade, na fé e na esperança o fundamento do nosso ser e da nossa atividade.
No caso dos pobres, não servem retóricas, mas arregaçar as mangas e pôr em prática a fé através dum envolvimento direto, que não pode ser delegado a ninguém, sem relaxamento e indiferença.
Finalmente, Francisco conclui sua mensagem:
Oxalá este VI Dia Mundial dos Pobres se torne uma oportunidade de graça, para fazermos um exame de consciência pessoal e comunitário, interrogando-nos se a pobreza de Jesus Cristo é a nossa fiel companheira de vida.
Deus nos abençoe para que possamos realizar Seu projeto de vida para nós e para todos os seres humanos, um projeto de amor e fraternidade, com uma preferência especial pelos pobres.
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