O dízimo é a devolução de um pouco do muito que recebemos gratuitamente das mãos de Deus, demonstra nosso comprometimento com a comunidade paroquial, é um gesto de amor pela Palavra de Deus, pela Igreja e pelos irmãos.
De fato, há mais alegria em dar do que em receber. E é a partir da experiência de Deus, do encontro pessoal com Jesus Cristo, que reconhecemos que Ele tem parte no que temos, que dele vem tudo o que temos. O dízimo, portanto, é uma experiência de fé. Significa a devolução de um pouco do muito que recebemos gratuitamente de Deus. Além disso, é sinal de alguém que vive a pertença à Igreja. E nada tem a ver com direitos da pessoa na Igreja, nem mesmo aos sacramentos.
Agora pretendemos ver algumas passagens bíblicas que falam no dízimo.
Na verdade, ele está na Bíblia Sagrada desde o primeiro livro, quando Abraão o devolveu a Deus, através do sacerdote Melquisedeque, ao vencer um rei inimigo (Gênesis, 14, 20: “E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo”).
No Antigo Testamento, vemos o dízimo ser mencionado quase sempre acompanhado de uma promessa, como em Malaquias 3, 10: “Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência - diz o Senhor dos exércitos - e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário”. Também Provérbios, cap. 3, 9-10 traz uma promessa: “Honra ao Senhor com os teus bens e com a primeira parte de todos os teus ganhos. E se encherão os teus celeiros e transbordarão de vinho os teus lagares”.
Nos Atos dos Apóstolos, cap. 20, 35, São Paulo afirma: “Há maior alegria em dar do que em receber”. E na Segunda Carta aos Coríntios, cap. 9, 7, Paulo fala na generosidade livre do cristão: “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria”.
A devolução do dízimo deve nascer no coração de cada um, conforme as suas possibilidades. O princípio da partilha está gravado no centro da fé católica. O livro dos Atos narra que os fiéis tinham tudo em comum (At 2, 44-5: “Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um”).
Assim, pelo dízimo se realiza a unidade com todos os irmãos, o sustento da Igreja, a evangelização. Por isso, como São Lucas narra, Jesus afirmou: o operário é digno do seu salário (Lc 10, 7).
Da mesma forma, isso está expresso no 5º Mandamento da Igreja: “Ajudar a Igreja em suas necessidades” (parágrafo 2043 do Catecismo da Igreja Católica). Esse mandamento recorda aos fiéis que devem participar no provimento das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades. E é isso que diz o Código de Direito Canônico, no cânon 222: § 1. Os fiéis têm a obrigação de prover às necessidades de Igreja, de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade, e para a honesta sustentação dos seus ministros. § 2. Têm ainda a obrigação de promover a justiça social e, lembrados do preceito do Senhor, de auxiliar os pobres com os seus próprios recursos.
Por tudo isto, ao paroquiano que ainda não descobriu a motivação para ser dizimista, gostaríamos de repetir com Malaquias: Faça a experiência. O Senhor nosso Deus é O FIDELÍSSIMO, sua palavra não muda, suas promessas não passam. E a promessa foi feita. Creia e o Senhor agirá.
Deus o abençoe!
Comments