Conhecendo a Sacrossanctum Concilium. Art. 4.
- Rejane Bins

- 28 de out.
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No Capítulo III, o Documento Sacrossanctum Concilium, do Concílio Vaticano II, abordou os outros sacramentos e os sacramentais.
Lembrando que os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do Corpo de Cristo e a prestar culto a Deus, além de instruir, exprimindo a fé por meio de palavras e coisas e conferindo a graça, os Padres conciliares sublinharam o quanto interessa que os fiéis compreendam facilmente os sinais sacramentais e recebam com a maior frequência possível os sacramentos que foram instituídos para alimentar a vida cristã.
O documento também tratou dos sacramentais instituídos pela Igreja, sinais que significam realidades, sobretudo de ordem espiritual, e se obtêm pela oração da Igreja, dispondo os homens para a recepção do principal efeito dos sacramentos e santificando as várias circunstâncias da vida.
Todos os sacramentos e sacramentais derivam do Mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, onde vão buscar a sua eficácia, cumprindo que santifiquem todos os passos da vida dos fiéis que os recebem com a devida disposição, de modo que sua liturgia também deve ser revista.
Admitiu-se, por isso, o uso do vernáculo na administração dos sacramentos e sacramentais, com aprovação da Santa Sé. Mandou-se restaurar o catecumenato dos adultos, por meio de ritos sagrados em ocasiões sucessivas. São aqueles vários ritos que se celebram na Iniciação à Vida Cristã atualmente. O rito do Batismo de adultos deve ser o mais solene, com a missa própria “para a administração do Batismo”. Deve ser revisto, também, o rito do Batismo de crianças, dando-se maior realce aos deveres dos pais e padrinhos.
Fora do tempo pascal, foi permitido benzer-se a água batismal no próprio rito do baptismo e com uma fórmula especial mais breve.
Para fazer ressaltar a íntima união do sacramento da Confirmação com toda a iniciação cristã, determinou-se a revisão do rito deste sacramento e das fórmulas da Penitência de modo que exprimam com mais clareza a natureza e o efeito do sacramento. E, antes de o receber, deve-se fazer a renovação das promessas do Batismo.
A «Extrema-Unção» passou a ser chamada de «Unção dos enfermos», pois não é sacramento só dos que estão no fim da vida. É tempo oportuno para a receber quando o fiel começa, por doença ou por velhice, a estar em perigo de morte.
Prescreveu-se a revisão do texto e das cerimônias do rito das Ordenações. Na sagração episcopal, todos os Bispos presentes passaram a poder fazer a imposição das mãos.
A fim de indicar mais claramente a graça do sacramento do Matrimônio e os deveres dos cônjuges, o rito do Matrimônio deveria ser enriquecido e revisto. Um sacerdote ou diácono assiste o sacramento, pede e recebe o consentimento dos nubentes. O modo usual deve ser dentro da missa, depois da leitura do Evangelho e da homilia e antes da Oração dos fiéis. Se o Matrimônio não for celebrado dentro da missa, leiam-se no começo do rito a epístola e o evangelho da «Missa dos esposos» e nunca se deixe de dar a bênção nupcial.
Foi admitido que alguns sacramentais, como bênçãos, pelo menos em circunstâncias especiais, possam ser administrados por leigos dotados das qualidades requeridas.
Considerou-se louvável fazer a profissão religiosa dentro da Missa.
O Rito das exéquias deve exprimir melhor o sentido pascal da morte cristã e ser revisado o rito de sepultura das crianças, com missa própria.
No Capítulo IV, foi abordado o Ofício Divino ou Liturgia das Horas, antigamente chamado Breviário. Sendo o objetivo do Ofício a santificação do dia, mandou-se rever a sua estrutura tradicional, de modo que se façam corresponder as «horas» ao seu respectivo tempo, tendo presentes as condições da vida atual em que se encontram sobretudo os que se dedicam a obras do apostolado.
Sendo ainda o Ofício divino, como oração pública da Igreja, fonte de piedade e alimento da oração pessoal, exortaram-se no Senhor os sacerdotes e os demais a que o espírito da oração corresponda às palavras, para o que deveriam procurar adquirir maior instrução litúrgica e bíblica, especialmente quanto aos salmos.
Quanto às leituras do Ofício, as normas foram as seguintes:
a) Ordenem-se as leituras da Sagrada Escritura de modo que se permita mais fácil e amplo acesso aos tesouros da palavra de Deus;
b) Faça-se melhor seleção das leituras das obras dos Santos Padres, Doutores e Escritores eclesiásticos;
c) As «Paixões» ou vidas dos Santos sejam restituídas à verdade histórica.
Deus abençoe você e sua família!


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