IMPOSIÇÃO DO PÁLIO E ENTREGA DO ANEL DO PESCADOR PARA O INÍCIO DO MINISTÉRIO PETRINO DO BISPO DE ROMA: HOMILIA DO PAPA LEÃO XIV.
- Rejane Bins
- 18 de mai.
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Em sua homilia, neste 18 de maio de 2025, o Papa Leão XIV saudou a todos com o coração cheio de gratidão, recordando as palavras de Santo Agostinho: «Fizeste-nos para Vós, [Senhor,] e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Vós» (Confissões, 1,1.1).
Repassou o momento da morte de Papa Francisco e a reunião dos Cardeais no Conclave, chegando Suas Eminências com histórias diferentes, e colocando-se nas mãos de Deus com o desejo de eleger o novo sucessor de Pedro. Referiu que sentiram a ação do Espírito Santo, que “fez vibrar as cordas do nosso coração numa única melodia”, tendo sido o escolhido
“sem qualquer mérito e, com temor e tremor, venho até vós como um irmão que deseja fazer-se servo da vossa fé e da vossa alegria, percorrendo convosco o caminho do amor de Deus, que nos quer a todos unidos numa única família”.
Então o Papa apontou duas dimensões da missão que Jesus confiou a Pedro: Amor e unidade, quando perguntou ao apóstolo se O amava e ordenou que apascentasse suas ovelhas, chamando Pedro e os outros primeiros discípulos para serem como Ele, “pescadores de homens”, e
“navegar no mar da vida para que todos se possam reencontrar no abraço de Deus”.
Perguntou, assim, o Pontífice: “Como pode Pedro levar adiante essa tarefa?
O Evangelho diz-nos que isso só é possível porque ele experimentou na própria vida o amor infinito e incondicional de Deus, mesmo na hora do fracasso e da negação. Por isso, quando Jesus se dirige a Pedro, o Evangelho usa o verbo grego agapao, que se refere ao amor que Deus tem por nós, à sua entrega sem reservas nem cálculos, diferente do usado na resposta de Pedro, que descreve o amor de amizade que cultivamos entre nós”.
E prosseguiu:
“É como se Jesus lhe dissesse: só se conheceste e experimentaste este amor de Deus, que nunca falha, poderás apascentar as minhas ovelhas; só no amor de Deus Pai poderás amar os teus irmãos com «algo mais», isto é, oferecendo a vida por eles.
“A Pedro, portanto, é confiada a tarefa de «amar mais» e dar a sua vida pelo rebanho. O ministério de Pedro é marcado precisamente por este amor oblativo, porque a Igreja de Roma preside na caridade e a sua verdadeira autoridade é a caridade de Cristo. Não se trata nunca de capturar os outros com a prepotência, com a propaganda religiosa ou com os meios do poder, mas trata-se sempre e apenas de amar como fez Jesus”.
Adiante, já falando da unidade, Leão XIV lembrou como “todos nós, com efeito, somos «pedras vivas» (1 Pe 2, 5), chamados pelo nosso Batismo a construir o edifício de Deus na comunhão fraterna, na harmonia do Espírito, na convivência das diversidades”. Citou, a propósito, Santo Agostinho: «A Igreja é constituída por todos aqueles que mantêm a concórdia com os irmãos e que amam o próximo» (Sermão 359, 9).
"Irmãos e irmãs, gostaria que fosse este o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado" .
Por isso, instou:
“Queremos dizer ao mundo, com humildade e alegria: Olhai para Cristo! Aproximai-vos d’Ele! Acolhei a sua Palavra que ilumina e consola! Escutai a sua proposta de amor para vos tornardes a sua única família. No único Cristo somos um. E este é o caminho a percorrer juntos – entre nós, mas também com as Igrejas cristãs irmãs, com aqueles que percorrem outros caminhos religiosos, com quem cultiva a inquietação da busca de Deus, com todas as mulheres e todos os homens de boa vontade – para construirmos um mundo novo onde reine a paz”.
Irmãos, irmãs, esta é a hora do amor! A caridade de Deus, que faz de nós irmãos, é o coração do Evangelho e, com o meu predecessor Leão XIII, podemos hoje perguntar-nos: «Não se veria em breve prazo estabelecer-se a pacificação, se estes ensinamentos pudessem vir a prevalecer nas sociedades?» (Carta enc. Rerum novarum, 14)
Finalmente, o Papa convidou:
“Juntos, como único povo, todos irmãos, caminhemos ao encontro de Deus e amemo-nos uns aos outros”.
Deus abençoe você que leu este artigo.
Fonte: Vaticannews
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