A Igreja inicia no domingo, dia 28 de novembro, o tempo do Advento, o primeiro do ano litúrgico. Tempo especial de oração e preparação para a vinda do Senhor Jesus no Natal. A palavra advento vem do latim, adventus, e significa vinda, chegada. Para a Igreja Católica, significa o tempo reservado para nos prepararmos para celebrar mais uma vez a vinda do Filho de Deus até nós como homem.
Um pouco mais curto que a quaresma, pois dura quatro semanas, o Advento também é um momento apropriado para oração, reflexão, confissão e penitência, pois estamos em preparação para um dos grandes eventos da história da nossa salvação: o nascimento do Senhor, a encarnação do Verbo, que vem “graças à ternura e misericórdia de nosso Deus, que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz. (Lc 1,77-8).
A Igreja mostra a importância deste tempo com alguns sinais visíveis, como a utilização da cor roxa na liturgia, a supressão do hino do glória nas Celebrações Eucarísticas e a utilização da coroa do advento, onde são acesas quatro velas, uma em cada domingo, buscando exatamente focar nossa preparação em um clima de sobriedade, oração e espiritualidade.
É uma espera alegre, cheia de expectativa e com a certeza da chegada da noite feliz, porém, é também um tempo extremamente agitado em nossa volta, marcado pelo final do ano civil, as compras de Natal e os inevitáveis balanços e reflexões sobre o ano que está terminando e o ano que em breve se inicia, além das férias que chegam para muitos. O grande perigo é nos envolvermos demasiadamente com essas questões e não darmos a devida atenção ao grande evento que celebramos, não nos darmos conta de que estamos vivendo o momento em que, como rezamos no Ângelus, “o Verbo se fez carne e habitou entre nós.”
Por isso a Igreja sabiamente nos alerta e exorta à preparação. É um mistério insondável e maravilhoso. Deus, na sua infinita bondade, vem morar entre nós na pessoa do seu Filho amado, vem na “plenitude dos tempos”, nascido de uma virgem, que recebeu a notícia diretamente de um arcanjo e concebeu pela força do Espírito Santo. Celebramos a chegada deste menino, “motivo de queda e soerguimento para muitos homens”, o Emanuel, Deus Forte, Conselheiro Admirável, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Ele que, “sendo de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus,7mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens (Fl, 2,6-7). É esta chegada que lembramos! E como devemos celebrar!
Por mais força e dedicação que tenhamos, nunca conseguiremos compreender por completo o que ocorre no Natal e a partir dele, mas devemos nos esforçar o quanto for possível para mergulhar nesta realidade maravilhosa, e o tempo para nos dedicarmos a isso é o tempo do Advento.
Procuremos, neste tempo especialíssimo, nos dedicar à oração, à reflexão, à penitência, à confissão, às celebrações propostas na liturgia, para visualizarmos, o quanto nossa humanidade permitir, quão grande amor de Deus está presente neste ato e como devemos ser gratos a Ele por isso. A vinda de Jesus marca um novo começo na história, é a realização da nova e eterna aliança. E tudo isso começa no Natal do Senhor.
Que tenhamos todos um belo tempo de Advento e cheguemos ao Natal com o coração pleno de amor e gratidão para celebrarmos, cheios de alegria, a vinda do Senhor.
Deus abençoe você e sua família.
Comments