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Foto do escritorRejane Bins

O ROSÁRIO ESTÁ NO DESÍGNIO DE DEUS DESDE O GÊNESIS


A maioria de nós conhece o Santo Rosário, reza-o com regularidade, até diariamente. Mas nem todos tivemos contato com aquele desejo que Deus teve do rosário, e planejou em seus sonhos para a humanidade. É o que queremos conhecer um pouco neste artigo.

 

 

O Rosário já estava nos planos de Deus lá no Gênesis (cap. 3, 15), quando o Criador anunciou à serpente, depois do pecado original de Adão e Eva: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. A única maneira de derrotar o inimigo do ser humano era através do mistério de Cristo! Mas Cristo viria através da mulher, da nova Eva, a obediente, que, com seu SIM, daria à luz Aquele que iria ferir de morte o anjo mau. Junto com ela, muitos séculos depois, homens e mulheres de todos os lugares estariam meditando os mistérios de Seu Filho sem cessar, ao rezarem o Rosário. Por isso mesmo o Maligno tem tanto ódio a esta oração e procura formas de fazer as pessoas desprezá-la, diminuí-la, apequená-la, esquecer-se dela.

 

 

Mas como foi que a promessa já implícita no Gênesis veio a dar origem ao Rosário?

 

 

Deus Nosso Senhor designou um instrumento espiritual que jamais poderá ser destruído, a espada do Rosário da Rainha.

 

 

Uma espada é forjada pelo forjador com um material e um molde. O molde da espada espiritual seria a Palavra de Deus, indestrutível. O Senhor viria a infundir os mistérios do Seu Filho nessa espada e os confiaria à Rainha dos Céus. E começou por dois elementos da Palavra.

 

 

Em primeiro lugar, no século I de nossa era cristã, veio a Ave Maria. Sua primeira parte foi proclamada pelo Arcanjo Gabriel quando veio pedir o SIM de Maria à obra de Deus, na Anunciação - o primeiro mistério da vida de Jesus já estava lá: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo! (Lc 1, 28).  Sua segunda parte veio dos lábios de Isabel, a parente idosa, mãe do precursor João Batista: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre (Lc 1, 42). Esta parte da oração foi introduzida no século VI, na Missa do Último Domingo do Advento, juntamente com a primeira.

 

 

Assim começou, através de Maria, a Salvação, que viria a ser obtida pelo Cristo e anunciada e difundida na Sua Santa “Oficina”, a Igreja que Ele fundou, lugar de reconstrução e reparação da humanidade ferida e incapacitada.

 

 

No corpo da espada, já estava a força da Palavra, na união da Saudação Angélica com a Saudação Evangélica.

 

 

Até o século XI, continuou a ser rezada para honrar Maria, e, posteriormente, também para agradar a ela antes de lhe fazer alguma súplica.

 

Em paralelo, contudo, também desde o século I, os cristãos rezavam com muito amor o Pai Nosso, a Oração do Senhor, que Ele mesmo ensinou aos discípulos (Mt 6, 9-13 e Lc 11, 2-4). Mas antes do século XIII, as duas orações não foram associadas.

 

 

Deus Nosso Senhor, sabendo que as espadas se levam nas mãos, sabiamente estava também proporcionando à Sua Igreja o meio de carregar a espada espiritual. Muito cedo, desde o século III, o Espírito Santo inspirara os cristãos a rezar usando primeiro pedrinhas e depois as contas. Inicialmente, rezavam com elas o Pai Nosso. Muitas vezes eram determinados números de Pai Nossos para a penitência de determinados pecados, ou apenas para devoção ao longo do dia. As pedrinhas eram bastante pesadas, mesmo quando pequeninas, e por isso, mais tarde, começaram a ser unidas por uma corda, às vezes reta, outras vezes circular, amarrada à cintura, especialmente pelos monges. Por exemplo, quando um monge não podia estar junto na oração comum, no Mosteiro de Cluny, tinha de rezar 57 Paternoster (séc. XI). Também eram rezados 150 Paternoster pelas almas dos monges por uma semana, quando faleciam, pelos Templários (séc. XII).

 

 

 

Leigos nobres e famosos começaram a rezar com aquelas contas e mesmo a mandar fazê-las como tesouros que deixavam em testamento, ou pediam que fossem enterradas com eles. Elas ainda foram carregadas pelos cruzados, como mostram pinturas do século XI, reforçando o seu caráter de espada espiritual. No séc. XII, Santa Rosária foi a primeira de que se tem notícia de ter mandado juntar uma grande cruz no fim da corda de contas. Para os que não sabiam ler, fossem monges ou leigos, o Breviário, que hoje chamamos Liturgia das Horas, podia ser rezado com 150 Paternoster ao invés dos 150 salmos. O rosário dos Pai Nossos ficou conhecido como Rosário dos Pobres.

 

 

Por volta do século XII, a devoção Mariana cresceu. São Bernardo de Claraval, monge cisterciense, começou a interpretar muito da literatura sapiencial da Escritura com foco em Nossa Senhora e essa nova forma de devoção mariana foi adotada no Terço ou Rosário dos Pobres, rezando-se 150 Ave Marias, inicialmente intercaladas por antífonas e, mais tarde, por 10 Pai Nossos. Também São Bruno, fundador dos Cartuxos, tinha essa devoção entre seus monges. Como era bem pesado o rosário de 150 contas, foi substituído por um de 50 contas, que era rezado 3 vezes. 

 

 

Não fazia parte de nenhum desses rosários a meditação dos mistérios de Jesus, nem eles eram de meditação pública. Mas então o protótipo da espada espiritual estava pronto.

 

 

As ordens pregadoras foram fundadas naquela época, como a de São Domingos, e eles pregavam e refletiam com a nova versão do rosário. A espada fora acabada para se tornar o que Deus queria: uma arma para os cristãos.

 

 

 A paciência de nosso Deus aguardou até o momento oportuno, pois sabia que ali ataques maiores estavam para começar, ataques do mal, da falsidade e do pecado. O Saltério Mariano passou a ser uma ferramenta para conquistar as heresias e o Maligno no século XIII, através desses homens zelosos da Palavra e da fé, tornando-se um instrumento por natureza apostólico e evangelizador das ordens mendicantes.

 

 

Todos os pedaços da espada haviam sido unidos, a Ave Maria, o Pai Nosso, as contas e o Saltério Mariano. A espada estava pronta para ser confiada a um homem da escolha de Maria Santíssima, que seria o primeiro a usar e testar a habilidade do Rosário no combate espiritual.

 

Num próximo artigo, veremos quem foi este homem e como tudo aconteceu!

 

Deus o abençoe!

 

Fonte: Champions of the Rosary, Fr. Donald H. Calloway, MIC

 

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