Tivemos um ano para preparar o próximo Natal, enquanto José teve um dia ou menos para preparar o lugar em que Jesus iria nascer!
O advento é tempo de preparação para o Natal: “Preparai os caminhos do Senhor”, diz João Batista.
É tempo de preparação e de esperança, porque confiamos nas promessas do Senhor e porque é quase Natal. É tempo de conversão, porque o Senhor está para chegar e é preciso estar pronto. Imaginemos uma pessoa perdida, muito cansada, a noite está caindo, mas ela vê uma luz lá adiante. Isto lhe dá força para prosseguir caminhando até alcançá-la. A nossa Luz vem aí, já está próxima.
“É tempo de despertar”. Assim como José, devemos encher-nos de zelo em preparar o Natal de Jesus. Acender nos corações as luzes já apagadas, escancarar as portas ao Cristo que chega.
A verdade é que tivemos um ano para preparar a gruta do nosso coração. José preparou a gruta de Belém em um só dia, ou menos. Acendendo uma lâmpada, afofando a palha, reunindo umas cobertas onde Maria pudesse reclinar-se, preparando a manjedoura-berço. Em que nós estamos diferentes desde o último advento? O que será que Jesus está pensando de vir ao nosso coração neste Natal?
Um santo revelou que via, quando as pessoas iam comungar, Jesus menino. Conforme o estado da alma da pessoa, Jesus ia para ela com alegria, os bracinhos abertos na sua direção, ou ia triste, resignado, sem poder voltar-se noutra direção, porque se entregara aos homens na Eucaristia. Como Jesus se sentirá ao vir, no dia 24, para mim? E para ti?
Que corações ele quer? Ele quer corações abertos, sedentos. Quanto o nosso coração está mais aberto e sedento desde o último advento? É um coração que O procurou mais na Eucaristia e na adoração? Um coração que se tornou capaz de tratar todo irmão com o mesmo carinho com que imagina que trataria o “gorduchinho e bochechudo” bebê Jesus?
Que sementes nós plantamos? De trigo ou de joio? De união ou de divisão? Fizemos Jesus chorar? Ele tem coração. Ele chorou quando Lázaro morreu. A ofensa a um Deus é grande como Ele, qualquer que seja o pecado, grande ou pequeno.
O que é que fomos este ano? Um caniço agitado pelo vento soprado pelos outros? Ou como os bambus, voltados para o alto, unidos em feixes, maleáveis à ação do Senhor? Um vento muito forte pode arrancar uma árvore do chão, como vemos em Porto Alegre após uma tempestade. Mas os bambus se inclinam com o vento, e voltam ao seu lugar, todos juntos, para o alto.
E nós, vem ano e vai ano, estamos sempre iguais? Bons propósitos e poucas ações? Quantos gestos concretos de céu fizemos nesse ano que passou? Como reagimos aos pedidos de Jesus, fáceis ou difíceis?
Lembremos. O nosso coração é a manjedoura do Menino Deus. Do que é feita a nossa manjedoura? De palha ou de pedra? Nosso coração está duro? Ou é feito de carne e amor?
Vamos conversar com João Batista, neste advento, para que ele nos indique o caminho de conversão, do abandono às raízes dos nossos pecados. Quando Júlio César decidiu conquistar a Bretanha, depois de atravessar o Estreito de Dover com sua armada de navios, viu que tinha menos soldados e capacidade do que o povo que pretendia vencer. Então, mandou queimar todos os navios, para que não caísse em tentação de voltar. Nós também precisamos nos decidir a queimar certos navios, certos pecados habituais, quase de estimação.
Jesus quer corações puros, santos, esvaziados de si mesmos, para poderem ser enchidos dos sonhos de Deus. Nossa meta é o céu, é sermos santos.
Com o menino Jesus, recebemos o maior presente da história. Que presente vamos dar ao aniversariante do dia 25 de dezembro?
O Menino Jesus, o nosso grande presente, quer nos dar de presente, no advento, este caminho de arrependimento e conversão! Vamos aceitar!
Deus abençoe você!
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